Iniciando nos vinhos
Esse artigo foi escrito para pessoas que apreciam vinhos mas ainda não se sentem totalmente à vontade para fazer suas escolhas, seja na carta de um restaurante ou numa loja de vinhos. Ficam, por vezes, desconcertadas quando se encontram em situações nas quais são convidadas a expressar sua opinião a respeito do rótulo que estão bebendo.
Para essas pessoas, e talvez você esteja dentre elas, eu quero dizer que todo começo é assim mesmo. Portanto, procure ficar mais à vontade para tomar seus vinhos e brinque um pouco com as sutilezas que saem da taça. Por fim, torne esse momento o mais prazeroso e descontraído possível.
Começando:
Aproveite a ocasião e faça dela um momento de prazer e aprendizagem. Divirta-se com o que sai da taça e não se sinta obrigado a sentir as mesmas características aromáticas que as demais pessoas possam estar mencionando. Pense que as pessoas podem estar errados ou exagerando para tentar te impressionar, não é mesmo? rsrs.
Seja humilde e não tenha receios de pedir orientações aos mais experientes. Lembre-se de que, neste momento, você está mais para aluno do que para professor.
Não estabeleça preconceitos em relação a vinhos brancos ou tintos, países ou regiões, uvas ou produtores. Permita-se provar de tudo! Jamais pense “não vou gostar”. Mude seu padrão de pensamento para “quero provar para saber se irá me agradar”.
Qual vinho escolher:
Tive a oportunidade de ter contato com muitas pessoas, entre elas familiares, amigos e alunos, normalmente iniciantes nos vinhos, que fazem opção pelo Cabernet Sauvignon ao comprarem o primeiro vinho. Fazem isso no segundo vinho, depois no terceiro e nunca mudam. Isso ocorre porque acabam associando o nome Cabernet Sauvignon como sendo “vinho”, o que não é! Cabernet Sauvignon, na verdade, é uma das muitas variedades de uvas tintas. O interessante é que ao pensarem em vinho vem o nome Cabernet Sauvignon, o que não é nenhum problema, desde que se saiba que essa uva normalmente produz vinhos mais potentes e intensos, o que não é muito recomendado para um paladar ainda em formação e que normalmente lida melhor com vinhos mais leves.
Portanto procure fazer, ao menos inicialmente, opção por vinhos mais jovens e frutados, de países como África do Sul, Argentina, Chile, Austrália e também vinhos nacionais. Com o tempo você poderá ampliar suas escolhas buscando por vinhos de países de mais tradição e, quem sabe mais encorpados também.
Nas uvas tintas, você encontrará vinhos bem interessantes de Merlot, Malbec, Pinot Noir, Carménère e Shiraz, por exemplo, embora existam muitos mais. Nas brancas, a Chardonnay e a Sauvignon Blanc normalmente agradam. A uva Moscato, produz agradáveis espumantes moscatéis.
Se a ocasião possibilitar o consumo de mais que uma garrafa, de diferentes rótulos, inicie pelos mais leves e passe para os mais ecorpados e dos brancos para os tintos.
Feitas as escolhas, se solte um pouco mais e procure explorar ao máximo as características de aromas e sabores do vinho. Observe atentamente o vinho, inale os aromas e sinta em boca os seus sabores.
Anote, tire fotos, faça uso de aplicativos. Registre tudo! Vá refinando o seu paladar e siga fazendo ajustes nas próximas ocasiões.
Preços:
Saiba que há uma infinidade de fatores que determinam o preço dos vinhos, sendo que qualidade do produto, produção limitada, prestígio da marca, região, envelhecimento, premiação, estão dentre esses fatores.
Mas, o que importa de fato para essa nossa conversa, é você saber que vinhos de melhor qualidade, via de regra não tem preços muito baixos, o que não quer dizer também que devam ser caros. Por outro lado, vinhos de qualidade inferior são normalmente baratos. Recomendo que você busque sempre a equação custo-benefício, que significa preço justo para a qualidade esperada. Lembre ainda que, como iniciante, você está refinando o seu paladar, e portanto deve pensar se seria o momento de fazer grandes dispêndios com a compra de vinhos, que talvez você ainda não consiga decifrar.
O Serviço:
O serviço do vinho é um aspecto extremamente importante, e que se não observado pode até mesmo comprometer escolhas assertivas. Dentre os pontos de maior importância eu falarei da temperatura e das taças. Há também o quesito harmonização, que demanda conhecimentos mais específicos, e portanto, não irei explorar aqui.
A temperatura é fundamental e deve ser sempre muito bem observada. Um vinho servido em temperatura mais elevada que a recomendada, normalmente evidencia um teor alcoólico mais elevado, o que na verdade ele não tem. O inverso, que seria servir o vinho em temperaturas mais baixas que o recomendado, irá esconder muitas das características de aromas e sabores da bebida.
Dessa forma os extremos devem ser evitados. Há um ditado que diz que “se você tiver um vinho ruim e quiser serví-lo a alguém”, sirva-o numa temperatura bem mais baixa (mais fria). O vinho continuará sendo ruim, mas poucos irão perceber isso. rsrs
As taças, por sua vez, precisam ser adequadas, embora não necessariamente caras. Em geral, e para o momento, vamos pensar que vinhos tintos de bom corpo pedem taça de bojo maior para favorecer a aeração e liberar os aromas. Vinhos tintos de médio corpo e vinhos brancos, pedem taças de bojo médio. Já espumantes vão sempre bem com taças flute.
Para fechar com chave de ouro, faça opção por cristais transparentes e mais finos, mesmo que mais baratos. Fuja das taças de vidro temperados. Copos, jamais!!
Aprimore sempre:
Observe as informações constantes dos rótulos dos vinhos e também nas fichas técnicas dos produtores.
Acompanhe publicações de fontes seguras da internet, leia livros, assista filmes e documentários. Faça passeios em regiões vinícolas, visite as vinícolas, participe de eventos, feiras e degustações.
Faça cursos também. Meus cursos são personalizados e elaborados sob medida para você. Há também muitos outros cursos no mercado que você pode conhecer.
Ah! Não esqueça de comprar vinhos com frequência e bebê-los. rsrs Conhecer vinhos é como andar de bicicleta. A teoria é importante mas se não tiver a prática......
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