Percepção dos aromas e sabores do vinho

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Se você é uma daquelas pessoas que gosta de vinhos, consome com certa frequência mas fica se lamentando por ter dificuldades em identificar os aromas e os sabores da bebida, saiba que você não está sozinho nisso. Existem muitas outras pessoas que, assim como você, também sentem a mesma dificuldade.

Por isso não fique chateado e nem entre em pânico. Essa dificuldade tem cura. Basta que você procure conhecer, ao máximo possível, os aromas presentes nas mais diversas coisas e, ao provar os vinhos, busque sempre associar suas percepções da taça com aquilo que você conseguiu captar anteriormente.

No começo pode parecer difícil mas eu sei que aos poucos você irá sentindo que está fazendo progresso.

Agora vamos ver como isso acontece.

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Não sei se você reparou que eu, de forma proposital, mencionei apenas a dificuldade na identificação de aromas e sabores e não falei de um outro aspecto, não menos importante e que é o primeiro a ser considerado numa análise organoléptica, que é a análise da coloração. 

Agora faça uma pausa e pense um pouco no motivo pelo qual você não encontra grande dificuldade na identificação das cores dos vinhos mas encontra na identificação de aromas e sabores. A resposta é muito simples: você já conhece praticamente todas as cores, não é mesmo?

Observe, com o passar do tempo, você foi guardando cada uma das cores, à medida que ia tendo contato com elas, num enorme Banco de Dados que não foi comprado de nenhuma empresa de tecnologia e que é chamado simplesmente de cérebro! Percebeu?

Você já tinha então o conhecimento prévio e quando foi necessário identificar a cor do vinho você, usando os olhos que são seus órgãos sensitivos da visão, captou a imagem do vinho na taça e a levou até o seu cérebro. Este, por sua vez, acessou o banco de dados e a localizou. Se não estivesse lá você não a teria identificado, não é mesmo?

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Agora já temos melhores condições de voltar a falar em aromas e sabores dos vinhos e compreender o por que geralmente temos dificuldades na sua identificação. O motivo é que nós geralmente não os conhecemos. Isso mesmo, não os conhecemos.

Imagine que, de olhos fechados ou vendados, você tivesse à sua frente frutas como a pitaya, a lichia e o mangostin. Será que você as identificaria pelos aromas? Dificilmente, né? E com ervas como o tomilho e a sálvia, por exemplo. O resultado provavelmente não fosse diferente. É que o seu cérebro não poderia mesmo reconhecer aromas e sabores de coisas que você ainda não apresentou para ele ou se o fez foi sem a atenção necessária ao aprendizado, ou seja, colocou na boca sem procurar sentir suas impressões.

Agora repare que aprender esse tipo de coisa é bem simples. Saia por ai cheirando o que estiver à sua frente. O laboratório pode ser a cozinha da sua casa, a horta do vizinho, o mercadinho da esquina, a feira do final de semana, o mercadão central, e por ai vai. Faça isso e você vai começar a alimentar seu cérebro, continuamente, com uma grande quantidade de informações que estarão presentes quando delas você precisar.

Se eu ainda não consegui convencer você por completo me dê mais uma chance de mostras, com apenas mais quatro argumentos, que nada tem a ver com vinhos, mas que são bem convincentes e deixarão você mais confortável.

Vamos lá!

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Vamos analisar quatro situações distintas mas que tem um mesmo ponto em comum. No primeiro quadrante repare que a criança se expressa, à sua maneira, mas não consegue dizer palavras ou articular frases da forma como nós as entendemos. Isso ocorre porque ela ainda não o teve tempo necessário para reunir vocabulário e montar o seu banco de dados. Com tempo ela irá conseguir. Eu particularmente digo isso com tranquilidade porque já passei por isso e você também. Hoje falamos, ao menos quero pensar que falamos.

No segundo quadrante temos o instrumento musical que nada mais é do que um outro tipo de linguagem, que também precisa ser aprendida. A aluna é uma criança mas em nada seria diferente se fosse um adulto como nós, não é mesmo?

O mesmo raciocínio pode ser aplicado nos demais casos nos quais temos uma criança aprendendo a andar de bicicleta e um adulto aprendendo um outro idioma.

Portanto, para desenvolver habilidades de identificar aromas e sabores dos vinhos, você precisa estudar os aromas das frutas, dos vegetais e das especiarias. Sinta o cheirinho da chuva, do mato molhado, do xixi do gato, dos doces, do café, enfim sai cheirando tudo o que estiver a sua frente. 

Desenvolva também o hábito de apreciar os vinhos antes de prová-los. Olhe para o vinho na taça e repare nas nuances das cores, sinta os aromas antes do primeiro gole, gire a taça para abrir ainda mais os aromas, e por fim, procure sentir todos os sabores possíveis que irão chegar à sua boca. Não perca a oportunidade de conhecer um pouco da história contida dentro de cada garrafa. 

Em pouco tempo você vai notar evolução. Quem sabe não se torne um novo craque no assunto.  Agora e com você, vá em frente!

Se você gostou  da matéria e quer saber mais sobre esse e outros temas, é só me seguir nesse Blog. 

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