Sicília

 

Hoje vamos falar da Sicília, considerada uma das mais completas e fascinantes regiões da Itália. É a maior ilha do Mediterrâneo e também a maior região italiana. Sua populaçao é de 5 milhões de habitantes que compartilham uma área territorial de 25.711 km².

Mas não se engane que a coisa não para por ai. A Sicília abriga o Etna, que é o maior vulcão da Europa. Seu parlamento é o mais antigo do mundo, no qual a primeira assembléia data de 1097. A ilha, já foi politicamente independente  do continente por aproximadamente 750 anos (1071 até 1816). Para concluir,  tem ainda o Vale dos Templos, e suas ruínas  bem conservadas de 7 templos gregos monumentais em estilo dórico, os mosaicos bizantinos da Cappella Palatina e que foi a antiga capela real na capital. Estes são alguns dos muitos pontos turísticos do lugar.

Localização:

O clima é bem quente e a região é cercada por três mares. O Tirreno, ao norte, o Jônico à leste, e o Mediterrâneo, à oeste e ao sul. Com tudo isso, a ilha acaba sendo uma das mais privilegiadas do planeta, recebendo anualmente a visita de milhões de pessoas, vidas de todas as partes para assistir aos seus encantos. Sua capital é Palermo.  

Os vulcões

Na Sicília, entre as províncias de Messina e Catânia, está o imenso e majestoso vulcão Etna. É o mais alto vulcão da Europa fora da região do Cáucaso, e um dos mais altos do mundo, atingindo aproximadamente 3357 metros de altitude, podendo aumentar gradualmente devido às frequentes erupções. É um dos vulcões mais ativos do mundo.

Contudo o Etna não é o único vulcão da região. Existem outros 10, embora apenas dois deles ativos atualmente. O Etna e o Stromboli.

Os vinhos

No que diz respeito aos vinhos, a Sícilia é a quarta maior região produtora da Itália, segundo dados publicados em 2020, com quase 9 milhões de hectolitros. 

Os vinhos são 75% brancos, embora o clima favoreça também a produção de tintos.  Geralmente concentrados em cor, além de potentes e alcoólicos, o que é uma característica das regiões de clima quente. 

No geral, a Sicília é onde a Itália talvez mais se aproxime do Novo Mundo. Muitos produtores de talento têm elaborado ótimos vinhos com uvas internacionais, como Syrah, Chardonnay e Cabernet Sauvignon de excelente qualidade. O estilo é intenso, concentrado e explosivo, cheio de fruta, mas em geral, guardando um caráter italiano. Alguns destes vinhos receberam muitos prêmios e elogios nos últimos tempos.

A Sícilia é a terra do Marsala, um dos fortificados mais famosos do mundo e dos mais usados na gastronomia, embora a região seja mais conhecida pelos vinhos de mesa do que pelos seus vinhos de melhor qualidade. 

A região vem passando por um processo de grande modernização, possibilitando o surgimento de vinhos jovens, normalmente brancos e sem denominação de origem. Empresas como a Duca di Salaparuta, produtora dos famosos vinhos Corvo, a Regaleali, a Planeta e a Donnafugata são consideradas os grandes nomes da região.

As uvas

A maior parte dos produtores da região dedica-se ao cultivo de uvas nativas, que apresentam sua verdadeira personalidade na Sicília e dão origem a maravilhosos vinhos. 

Nas uvas tintas, o destaque é para a autóctone Nero d’Avola, de coloração intensa e presença de taninos estruturados e robustos, que tem sido utilizada na elaboração de vinhos varietais que se tornaram símbolos da Sicília, protagonizando também vinhos potentes e muito agradáveis. É a minha preferida!  A Nerello Mascalese é outra da região.

Nas uvas brancas, a Catarrato, dá vida a vinhos encorpados e especiais. A a Inzolia produz vinhos leves e aromáticos, e a Grillo que produz vinhos mais leves e simples. 

Marsala e Nero d´Avola

Primeiro vou falar do Marsala, que é um vinho fortificado italiano, produzido nos arredores da cidade de Marsala, no oeste da Sicília. 

O Marsala é símbolo da Sicília e considerado o “primo italiano” dos vinhos portugueses do Porto e Madeira, além do espanhol Jerez. É classificado conforme sua coloração, sendo produzido a partir de uvas cultivadas, geralmente, em regiões distante apenas 1km do mar. As uvas utilizadas são as brancas Inzolia, Damaschino, Catarratto e Grillo. As tintas ficam entre Pignattello, Nero d’Avola, Nerello Mascalese e Calabrese. 

Agora vou falar dos tintos, que aprecio muito, produzidos com a uva Nero d'Ávola, uma das grandes descobertas da Sicilia, originando vinhos saborosos, cheios de fruta e perfeitos para acompanhar comida. Dentre os produtores que eu gosto, está o Masseria Trajone. O Nero d´Avola, deste produtor, é um verdadeiro achado, muito saboroso e de excelente relação qualidade/preço.

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